Ministério Público salvou o Museu da Inconfidência, diz diretor em cerimônia de reabertura do espaço cultural, em Ouro Preto – Lafaiete Agora


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Após seis meses fechado por conta de obras estéticas e estruturais, o Museu da Inconfidência, que em 2024 recebeu mais de 340 mil visitantes, foi reaberto ao público nesse quarta-feira, 30 de julho, em Ouro Preto. Na cerimônia de reativação do espaço cultural, o diretor Alex Calheiros afirmou que “o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) salvou o museu”. As intervenções na edificação, que já abrigou a antiga Casa de Câmara e a Cadeia de Vila Rica, foram custeadas com recursos captados por meio da Plataforma Semente, contemplam o “Programa Minas para Sempre” e somam cerca de R$ 2,6 milhões.

Foto: Ministério Público de Minas Gerais/Divulgação

Os recursos são oriundos da reparação a danos a interesses coletivos, indicados pelo Centro de Apoio Operacional da Ordem Econômica e Tributária (CAO-ET). Participaram da cerimônia o procurador-geral de Justiça, Paulo de Tarso Morais Filho; corregedor-geral do MPMG, Marco Antônio Lopes de Almeida; prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo de Araújo Santos; procuradora-geral de Justiça Adjunta Jurídica, Reyvani Jabour Ribeiro; coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (Caoma), Luciano Luz Badini Martins, gestor da Coordenaria de Patrimônio Cultural (CPPC), Marcelo Azevedo Maffra; superintendente regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Maria do Carmo Lara Perpétuo; presidente em exercício do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), Daniel Silva Queiroga; chefe de gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça, Francisco Chaves Generoso; promotor de Justiça corregedor, Rodrigo Iennaco de Moraes; coordenador regional (Contagem) do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Ordem Econômica e Tributária, Wagner Augusto Moura e Silva; promotor de Justiça de Ouro Preto, Emmanuel Levenhagem Pelegrini, servidores do MPMG, do Museu da Inconfidência e demais convidados.

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Foto: Ministério Público de Minas Gerais/Divulgação

O procurador-geral de Justiça falou sobre a importância do trabalho de recuperação e preservação do patrimônio histórico de Minas Gerais. “É importante que todos saibam que a atuação do Ministério Público vai muito além dos processos e julgamentos. A nossa atuação nesse cenário de reconstrução da história é fundamental como garantia de cidadania para a população. Incumbe ao Ministério Público zelar pelo patrimônio histórico e cultural. Acredito que temos feito, nos últimos anos, um trabalho importante para a população mineira”.

O procurador-geral de Justiça, Paulo de Tarso Morais Filho. Foto: Ministério Público de Minas Gerais/Divulgação

Sobre os recursos que foram destinados ao Museu da Inconfidência, Paulo de Tarso destacou a atuação dos promotores de Justiça Carlos Eduardo Ferreira Pinto e William Garcia Pinto Coelho, respectivamente ex-coordenadores das áreas de Meio Ambiente e Ordem Econômica e Tributária do MPMG. Os dois foram responsáveis pelos acordos e tratativas que propiciaram a execução do projeto de restauração do museu.

Foto: Ministério Público de Minas Gerais/Divulgação

Para o promotor de Justiça Marcelo Maffra, “a dança inexorável da história está sempre a reafirmar a impermanência das coisas. A história ela é cíclica e o tempo é o algoz das injustiças. O edifício que foi palco de tanta opressão tornou-se, em meados do século 20, guardião da memória de um dos mais importantes movimentos libertários, a Inconfidência Mineira. Alguns até podem dizer que ela fracassou nos seus objetivos, mas historicamente o que se verificou foi exatamente o contrário, pois fez florescer no povo mineiro o espírito da liberdade que nunca mais nos deixou de acompanhar”.

Ainda de acordo com o promotor de Justiça, “o museu é uma justíssima homenagem àqueles que desafiaram o jugo colonial em nome de um sonho de liberdade. O espaço foi totalmente ressignificado. Estamos aqui em um verdadeiro monumento à transformação, o que antes aprisionava, hoje liberta, transmite e convida. O museu é, acima de tudo, um local de crítica e questionamento. Além de inspirar novas formas de ver o mundo, o museu é uma plataforma viva de experimentação social que nos eleva a condição de agentes ativos na construção. De novos significados. É também espaço de cura para as feridas pretéritas e de reconciliação com as injustiças históricas. Aqui, o passado e o presente se entrelaçam para expirar as futuras gerações na construção de um país mais livre e mais justo. E é com essa responsabilidade que hoje celebramos a reabertura do Museu da Inconfidência”.

Conforme Alex Calheiros, diretor do museu, “as intervenções realizadas foram necessárias para assegurar o pleno funcionamento do museu, uma vez que o projeto de prevenção e combate a incêndio e pânico, além da reforma e revisão das instalações elétricas, são etapas obrigatórias para obtenção do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Já a última pintura ocorreu há cerca de dez anos, apresentando pequenas áreas de desgaste, desprendimentos no reboco, degradações e sujidades. As cantarias¹, não sabemos a última vez que foram lavadas.

Ainda segundo Calheiros, a limpeza das cantarias exigiu um trabalho cuidadoso. “Foi feita uma limpeza completa, um trabalho minucioso feito com escova de dente e água, pois  não pode ser feita com máquinas e materiais abrasivos. O quartzito, que compõe as cantarias, é uma pedra muito porosa e pode se desintegrar”.

Atrativos do museu

Sobre as atrações do museu, agora reaberto ao público, Alex destaca que o espaço apresenta um período importante da história do Brasil. “Aqui o visitante terá contato com parte da história política do país, que é o período colonial e que fez surgir o movimento de rebeldia contra a Coroa Portuguesa, por causa da cobrança do quinto do ouro (derrama). O visitante poderá acompanhar, por meio de objetos importantes, fatos sobre a formação da cidade, passando pelas construções, pelo trabalho da mineração, até chegar ao momento de tentativa de ruptura com a Coroa”.

Conforme o diretor, um desses objetos, inclusive, está passando por um exame grafológico com a Polícia Federal em Minas Gerais, que é o chamado Livro do Tiradentes (Joaquim José da Silva Xavier), uma obra que foi encontrada quando ele foi preso. “Trata-se de uma coletânea das leis constitucionais dos Estados Unidos da América e que estava inspirando os inconfidentes. Era um livro proibido. Faremos o estudo grafológico, pois há relatos, nos autos da devassa, de que Tiradentes perguntava às pessoas sobre o que estava escrito e fazia as anotações às margens do texto”.

Em outra área, há um espaço dedicado ao Barroco e à arte produzida nos séculos 18 e 19 em Minas Gerais. “É um acervo único e especial, como a sala do Aleijadinho, por exemplo. É a maior coleção reunida de Aleijadinho, inclusive com duas obras que foram recuperadas pelo Ministério Público: o Cabeça de Anjo com Fita Falante e a Samaritana”, ressalta Alex.

Fonte: Ministério Público de Minas Gerais.



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